Vanderlei Silveira
O líder do futuro pode usar prancheta?
Spoiler: ele pode usar prancheta, planilha, pedra ou fumaça — desde que saiba liderar

Estamos em plena era da Liderança 5.0.
Cheia de palavras bonitas, preocupações ESG, propósito, inclusão, empatia, metaverso, IA…
Mas o que tem de empresa quebrando com líderes 5.0 na bio e gente desmotivada na prática, não tá no gibi.
Antes disso veio a Liderança 4.0, centrada na transformação digital, inovação ágil, dados em tempo real.
Mas também ficou na mão de muito gestor que sabe programar KPI, mas não sabe puxar um colaborador pra conversar sem roteiro.
E no meio desse show de conceitos, surge a pergunta:
O líder do futuro pode usar prancheta?
Pode sim.
Porque não é sobre a ferramenta — é sobre a postura.
O que é a liderança prática?
Liderança prática é aquela que:
• Decide com base em gente, não só em números
• Conhece a operação de verdade
• Lida com pressão sem dramatizar
• Resolve o que precisa ser resolvido — sem desculpa e sem delay
• Dá o exemplo antes de pedir performance
É o tipo de liderança que atua onde as teorias falham.
Não nega tecnologia, mas usa o que faz sentido no campo.
Não espera o RH montar programa — vai lá e chama a conversa.
Liderança prática é aquela que não tem tempo pra palestra motivacional, porque tá apagando incêndio, fazendo revezamento de caixa e evitando a próxima demissão
Por que a prancheta incomoda?
Porque ela expõe quem nunca saiu da sala de reunião.
Porque ela simboliza o cara que vê o que tá errado antes da planilha mostrar.
Porque ela é o contrário do gestor de palco — ela anda onde a empresa respira.
E vamos ser francos: tem muito líder que não lidera. Só administra gente que ele nem conhece.
Acha que liderar é enviar e-mail, fazer reunião e dar feedback com carinha simpática.
Mas quando a pressão vem, quem segura é o cara da prancheta.
Conclusão:
O líder do futuro não é o mais moderno. É o mais preparado pra lidar com o que o sistema não prevê.
Pode usar prancheta, tablet, chatbot ou pombo-correio.
Mas se ele não tiver presença, clareza e coragem — nada disso importa.
Porque liderar não é performar. É transformar.
E quem transforma… muitas vezes começa com um rabisco na prancheta.
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