Prejuízo no estoque

Você já parou pra pensar no que o seu estoque representa de verdade? Porque estoque não é só mercadoria empilhada. Ele pode ser um investimento estratégico — ou um passivo silencioso, que consome espaço, capital e oportunidade.

Se você trata o estoque como um depósito de sobras, está perdendo dinheiro. Literalmente. Cada item parado é dinheiro parado. E o tempo, a inflação, o vencimento e a obsolescência vão corroendo esse valor sem fazer barulho. Aos poucos, seu capital vira poeira. E quando você perceber, vai ter um patrimônio escondido embaixo da poeira — só que sem valor de mercado.

Agora, se você conhece o que tem — e isso significa contar, controlar, analisar e agir —, aí sim o estoque vira ativo. A diferença entre o lucro e o rombo pode estar numa simples conferência de produto.

E conhecer o estoque vai muito além de ter um sistema. É preciso ler os dados, confiar nos relatórios, entender o giro, comparar entradas e saídas, e principalmente: tomar decisões com base nisso. Inventário não é só acerto contábil. É inteligência operacional. É gestão no osso.

É aqui que entram as ferramentas e os indicadores. Um BI básico, por exemplo, pode te mostrar rapidamente onde estão os gargalos. A curva ABC te revela onde mora seu lucro. O custo médio te protege contra compras ruins. E a ruptura mostra onde o cliente tá indo embora sem levar nada.

Você só faz uma compra inteligente quando conhece o que tem. E compra inteligente é quando você antecipa o mercado, gira rápido e protege sua margem. Porque lucro não está só em vender bem — está em comprar melhor. Quem compra errado, vende pedindo desculpa. Quem compra certo, vende com autoridade.

No fim das contas, o estoque é o espelho da sua gestão. Bagunçado, mal cuidado e fora de controle? Pode apostar que o financeiro também está. Mas se o estoque está no eixo, a empresa gira mais leve, com mais caixa, menos susto e muito mais visão de futuro.

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Vanderlei da Silveira

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