Banco de Emprego Juvenil: Oportunidade real ou promessa política?
Nova lei cria cadastro de vagas para jovens em Campo Grande, mas desafio será transformar papel em resultados concretos

A Câmara Municipal de Campo Grande sancionou nesta sexta-feira (5/9) a Lei Ordinária nº 7.463/2025, proposta pelo vereador Maicon Nogueira, que cria o Banco de Emprego para a Juventude. O programa será executado pela Fundação Social do Trabalho (Funsat) e promete atender jovens de 14 a 29 anos, com prioridade aos que vivem em vulnerabilidade social.
A ideia central é intermediar vagas de emprego, estágio e aprendizagem, além de oferecer cursos de capacitação profissional. No discurso oficial, trata-se de uma revolução para reduzir o alto desemprego juvenil, que em Mato Grosso do Sul chega a 24% entre 18 e 24 anos, segundo dados do IBGE.
Mas especialistas alertam: leis de “cadastro de vagas” só funcionam quando há parceria real com empresas e recursos garantidos para qualificação. Sem isso, podem virar apenas mais um banco de currículos sem retorno.
Outro ponto é a capacidade da Funsat em gerenciar o programa. Hoje, a fundação já enfrenta reclamações de demora em intermediações e baixa divulgação das vagas. A ampliação para a juventude exige reforço técnico e digital, além de acompanhamento constante para que os jovens não fiquem apenas cadastrados, mas inseridos de fato no mercado.
Em ano pré-eleitoral, iniciativas como essa soam positivas, mas precisam ser acompanhadas de perto para que não virem apenas bandeira política.
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