Pacotão de Recape: mais de 50 km de ruas entram no radar, mas licitação pode travar obra
Prefeitura anuncia investimento de R$ 35 milhões para recuperação asfáltica, mas cronograma depende de emendas e burocracia

A Prefeitura de Campo Grande confirmou nesta sexta (5/9) que irá lançar, até outubro, um pacote de recapeamento de mais de 50 km de vias urbanas. O anúncio envolve R$ 35 milhões em emendas parlamentares e contrapartida da concessionária Águas Guariroba, responsável por adequar redes de água e esgoto antes do novo asfalto.
Entre os trechos prioritários está a Avenida Mascarenhas de Moraes, uma das mais castigadas da capital. Segundo a Secretaria de Infraestrutura, a obra não será apenas de tapa-buracos, mas de recuperação funcional do pavimento, prometendo maior durabilidade.
Na prática, porém, o maior desafio é a burocracia. A licitação só deve ocorrer em outubro e parte das obras está prevista para dezembro — prazo considerado curto para execução de projetos desse porte. Outra dúvida é se o valor anunciado será suficiente: técnicos avaliam que 50 km custariam, na prática, mais de R$ 60 milhões, considerando a atual tabela de insumos.
A mobilidade urbana da capital depende diretamente do recape. A malha viária é alvo constante de reclamações, e os gastos anuais com tapa-buracos chegam a R$ 80 milhões, recurso que muitas vezes se perde em obras de baixa qualidade.
Se o projeto realmente sair do papel, pode ser um alívio para motoristas e comerciantes, mas o histórico da cidade com promessas de asfalto exige cautela.
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