Transporte gratuito no Enem: política assistencialista ou estímulo à meritocracia?
Câmara aprova gratuidade para estudantes nos dias de prova, mas projeto levanta debate sobre desigualdade, gasto público e o risco de perpetuar a dependência estatal

A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou nesta semana a lei que garante transporte coletivo gratuito para estudantes nos dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares. A medida, proposta como incentivo à educação, abre espaço para um debate mais profundo: trata-se de um investimento necessário ou de mais um gesto populista que reforça a ideia de que o Estado deve sustentar cada passo da vida do cidadão?
Especialistas em políticas públicas apontam que a gratuidade pode representar um alívio imediato às famílias de baixa renda. No entanto, setores liberais alertam para o efeito colateral: a criação de uma cultura de dependência em vez de promover condições reais de igualdade por meio de educação de qualidade e meritocracia.
A medida, que terá impacto direto nos cofres municipais, foi defendida por vereadores como “justiça social”. Mas críticos lembram que, ao mesmo tempo em que se concede passe livre em datas específicas, a população enfrenta ônibus superlotados e tarifas caras durante todo o ano. O debate está aberto: é prioridade atacar sintomas com medidas paliativas ou investir pesado em infraestrutura, segurança e ensino de base?
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