O julgamento da Ação Penal 2668, que analisa o núcleo principal da chamada "trama golpista", teve um início tenso nesta terça-feira (9). O ministro Luiz Fux interrompeu o relator, Alexandre de Moraes, logo nos primeiros minutos da sessão, sinalizando uma possível divergência no entendimento sobre o tratamento das preliminares das defesas dos réus.

Durante a leitura de seu voto, Moraes anunciou que analisaria diretamente os pedidos preliminares das defesas, sem submetê-los ao colegiado, por entender que já haviam sido decididos anteriormente. Foi nesse momento que Fux pediu a palavra e afirmou que, no seu voto, daria atenção separada a cada um dos questionamentos apresentados pelas defesas. "Desde o recebimento da denúncia, por uma questão de coerência, eu sempre ressalvei e fui vencido nessas disposições", disse Fux, indicando que pretende divergir do relator .

A intervenção de Fux gerou surpresa, pois ele não aguardou nem mesmo cinco minutos para se manifestar após o início da leitura do voto de Moraes. O episódio evidencia a divisão interna na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a condução do julgamento e a análise das alegações das defesas.

Além disso, Fux fez uma ressalva importante em seu voto, afirmando que a decisão não deve atingir "pessoas naturais e jurídicas indiscriminadas e que não tenham participado do processo, em obediência aos cânones do devido processo legal e do contraditório" .

O julgamento segue em andamento, e a expectativa é de que a Primeira Turma do STF continue a debater os pontos levantados pelas defesas e as divergências entre os ministros. A intervenção de Fux no início da sessão reforça a importância da análise cuidadosa e detalhada de cada aspecto do processo, especialmente em casos de grande repercussão política e social.

O desfecho desse julgamento pode ter implicações significativas para o cenário político brasileiro, dado o envolvimento de figuras proeminentes e a gravidade das acusações. A sociedade acompanha atentamente os próximos passos do STF, na esperança de que a justiça seja feita de forma transparente e imparcial.